Observamos Michael como algo se opõe de forma superlativa a possibilidade de distinção estética, cirúrgica ou de qualquer estado epilético ou anômalo. Talvez pudéssemos, pela lembrança, aproxima-lo a Frankenstein; ou como algo que, inconformado em ter que olhar para o espelho social que se desenhou a sua frente, camufla-se através de uma falsa pureza artificial. Tudo bobagem. Pensar assim, nos levaria a uma conveniência demagógica em entender que o cantor personifica a imagem do negro emancipado pelo bisturi ou por alguma renovação estética yuppie que o tornou celebridade em todo o mundo, principalmente aqui no Brasil.
O estandarte redentor levantado no clipe “They don’t care about us”, nos remete, de início, a parábola do filho pródigo. Não por ser ele, Michael, filho ou criatura de coisa alguma; mas pela falácia reconciliadora temperada com apelo pop, que professa a liberdade e independência de uma terra que ainda clama por sua descoberta: a terra brasilis. Talvez, a indiferença carnavalesca tão presente em nossa cultura nos ajude a entender porque Peter Pan nos contaminou pelo seu infantilismo crônico ao escolher o Brasil como seu parque de diversões.
Que rufem os tambores por cada beco, praça ou favela! Não importa se ao som do Oludum o de qualquer escola de samba. É carnaval, nós conseguimos!
Viva a hipocrisia!
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