Dispensando qualquer formalismo na apresentação, pretendo, apenas, registrar o papel daquela que, junto com Godard, Truffaut, Chabrol e outros cineastas, participou de um dos movimentos cinematográficos mais significativos nos anos 1960. Agnès Varda deu um toque feminino a Nouvelle Vague e, indiscutivelmente, contribuiu para cine-documentário internacional e para a fotografia. “Os Panteras Negras” (Black Panthers), um de seus filmes que tive o privilégio de assistir, ontem, representa uma radiografia sensível do movimento negro em sua organização político-cultural contra a opressão racial nos Eua. País cuja mentalidade reacionária e intolerante ocupa até os dias de hoje o imaginário messiânico da classe política. 1968, ano em que o filme foi lançado, representa um período de grandes revoluções políticas e culturais; inclusive na França, onde cresceu Varda. Não podemos esquecer da revolução estudantil de Nanterre em maio de 1968; e nem do AI-5 aqui no Brasil, em dezembro do mesmo ano; que silenciou as cabeças pensantes de nosso país a ferro e fogo. Concluindo, o filme é atualíssimo, chamando, inclusive, a responsabilidade da sociedade civil e do movimento negro nacional e internacional na luta pelos seus direitos em todas as esferas.
terça-feira, setembro 05, 2006
O que é o PSOL?
Esquerdismo, doença infantil do Comunismo! Tal como profetizou Lênin em seu texto escrito em de 1920, a expressão sintetiza, aqui, o gosto amargo e aventureiro da esquerda pseudo-revolucionária do Brasil. Tal histerismo ilustra e antecipa o processo eleitoral em curso. E olhar-se no espelho significa, primeiro, refletir dialeticamente, hoje, sobre a vanguarda da mediocridade política e personalista de uma esquerda em colapso que traiu os princípios revolucionários, se coadunando ao jogo político institucional burguês em nome de um romantismo estéril e de um moralismo sem grandeza heróica. O clamor por uma democracia socialista na América Latina não tem mais o sentido racional, concreto e revolucionário de Martí, Che, Mariategui. Apenas um ruído insólido contra as formas de dominação que oprimem o homem na contemporaneidade; uma ressonância que admite, inclusive, a possibilidade de um "Estado de Bem Estar Social" Keynesiano, ultrapassado, mentiroso, impraticável, "social-democrata", no lugar de uma nova utopia revolucionária de emacipação dos povos em nosso continente.
Mas o que significa o Partido Socialismo e Liberdade e sua cadidata? Veremos.
É um Trotskismo demagógico que se instala na possibilidade de construção de um Estado Socialista através de uma forma de luta político-institucional. O que é um equívoco. Pensar em Socialismo por meio de uma democracia representativa, vertical e burguesa é um erro. Heloisa Helena critica os banqueiros, a burguesia industrial, os latifundiários, mas será a primeira a costurar alianças e a fazer concessões de classe se chegar ao Palácio do Planalto. Seu discurso pragmático seduzirá muita gente até as eleições. Principalmente aqueles que ficaram decepcionados com Lula; que representa uma metáfora, uma alegoria carnavalesca do operariado brasileiro em crise. Uma mistura de oportunismo, romantismo e radicalismo; fruto de uma esquerda (internacional latino-americana) que, ainda, não conseguiu superar-se teoricamente e dialeticamente após a queda do muro de Berlim e com o fim da União Soviética. Percebo o Brasil em transe. Creio que o discurso democrático anglo-saxão a Tocqueville, hoje, tenha nos deixado paralisados; pela mentira teatral da utopia realizada da privatização, da ciência e da tecnologia, do mercado, de um avanço em direção ao abismo. Dizer que Heloísa Helena é marxista é permissível, assim como dizer que através do voto conseguiremos chegar ao Socialismo. Um outro erro é querer imputá-la um caráter social-democrata, como alguns pensam de Lula. O Brasil nunca foi social-democrata, mas um país neoliberal disfarçado de social-liberal. A esquerda brasileira entrou neste jogo faz muito tempo e ainda não percebeu. Aí me fazem uma coligação PSOL (grupo de dissidentes do PT), PCB e PSTU (outro grupo de dissidentes do PT) e gritam como legítimos representantes da “esquerda revolucionária no Brasil”. Isto é uma mentira. Posso ter respeito por esses partidos, mas não vou me coadunar ao tal “projeto revolucionário” que eles dizem ter para País.
Somos escravos do Positivismo Republicano à Comte. Vivemos, ainda, um Brasil oligárquico, autoritário e místico; que se sustenta, objetivamente, através de uma Pseudo-Democracia; burguesa, etnocêntrica, vertical e escravocrata. A ideologia hegemônica é a racionalidade tecnológica internacional desenvolvimentista. O modelo Neoliberal conseguiu, infelizmente, corroer a nossa subjetividade, de tal maneira, que ficamos imobilizados. Qual o pensamento síntese da dialética esquerda-direita no Brasil? As duas, no mesmo barco, celebram a nossa marginalidade de forma anacrônica, porque não conseguiram superar teoricamente o dilema histórico do subdesenvolvimento. E aí se concentram na falácia demagógica e reconciliadora do Capital com o Trabalho; que é a Social-Democracia, ou o Social-Liberalismo; duas classificações que são parentes.
O Político está colonizado pelo Econômico; os intelectuais da esquerda desviaram-se do espaço público como arena de lutas políticas e se "encastelaram", definitivamente, nas Universidades; ou através dos livros ou pela televisão; mas sempre de uma forma impessoal. Quando digo isto me refiro aos "intelectuais orgânicos" da USP; centro estratégico da intelectualidade da chamada esquerda brasileira.
Só nos resta, apenas, o jogo circense e clientelista do populismo à brasileira. Discursos inflamados, fórmulas fáceis de manipulação, soluções idealistas. E aí, ironicamente, neste aspecto, temos várias opções. O voto é a adesão concreta a este modelo institucional burguês; que, só será transformado estruturalmente por uma Revolução Socialista. Como? Vamos discutir.
Todas as alternativas viáveis no campo da institucionalidade são uma fraude. Por isso, acho um pouco exagerado apostar em Heloísa Helena; que nos serviria muito mais como militante de base nas universidades, doutrinando politicamente seus alunos, do que se aventurando numa luta por um projeto de poder individual e não coletivo. O Socialismo de Heloísa Helena não veio de Marx; mas de Charles Fourier, Saint Simon e Robert Owen.
Agora peguem os três e misturem com o pensamento de Trostky, que vocês terão o discurso da candidata do PSOL.
O Político está colonizado pelo Econômico; os intelectuais da esquerda desviaram-se do espaço público como arena de lutas políticas e se "encastelaram", definitivamente, nas Universidades; ou através dos livros ou pela televisão; mas sempre de uma forma impessoal. Quando digo isto me refiro aos "intelectuais orgânicos" da USP; centro estratégico da intelectualidade da chamada esquerda brasileira.
Só nos resta, apenas, o jogo circense e clientelista do populismo à brasileira. Discursos inflamados, fórmulas fáceis de manipulação, soluções idealistas. E aí, ironicamente, neste aspecto, temos várias opções. O voto é a adesão concreta a este modelo institucional burguês; que, só será transformado estruturalmente por uma Revolução Socialista. Como? Vamos discutir.
Todas as alternativas viáveis no campo da institucionalidade são uma fraude. Por isso, acho um pouco exagerado apostar em Heloísa Helena; que nos serviria muito mais como militante de base nas universidades, doutrinando politicamente seus alunos, do que se aventurando numa luta por um projeto de poder individual e não coletivo. O Socialismo de Heloísa Helena não veio de Marx; mas de Charles Fourier, Saint Simon e Robert Owen.
Agora peguem os três e misturem com o pensamento de Trostky, que vocês terão o discurso da candidata do PSOL.
sábado, setembro 02, 2006
No rumo da Prosa!
Sem título
Alimenta-se da tua quimera, macaco gordo putrefato.
A balança atinge a tua mão já no início da tortura.
Vive enjaulado, gosto amargo da procura incerta.
Sabes bem que aquela mulher não te ama!?
Nem a tu e nem a mim, ò príncipe guerreiro.
Lutas infundadas te assombram no gosto amargo da solidão.
Justa medida da vida, bandida, morta e vilã.
Mas o que fazer se a porta está sempre fechada?
O que fazer se os olhos insistem em não enxergar aquilo que nunca foi?
Graças à ordem sobrenatural, herdas o vício macabro da disciplina.
Graças à fonte salobra da mentira, falas aquilo que não sabes.
Deus, ès o gosto de fel derramado sobre nós e vós que ainda sonhas.
Justo é aquele que não sonha e nem vive!
Porque a vida nada mais é do que o sopro amargo da esperança.
Sem título
Bate a porta da alma aflita o velho lobo sofista.
Verbo ácido da loucura que profana os ouvidos dos ouvintes.
Raspas de genocídio mental são engolidas por aqueles que latem.
A fome degenera a incompreensão operística da barbárie.
Não Penso, logo não existo!
Ave palavra!
Verbo doce-amargo.
Flecha de infinitas pontas.
Labirinto do sofisma.
Buraco negro da incompreensão.
O homem? O que és tu afinal que gritas dia e noite reivindicando a tua luta?
Talvez ninguém!
Porque só ninguém ousaria mergulhar no lago gelado e obscuro da razão.
Sem título
Gestos explosivos somam-se a ternura da mãe e sua filha.
Filha da mãe!
Roupas rasgadas no quintal de madrugada .
Serestas do povo na rua.
À lua se confessa admitindo culpa.
Ao anjo uma promessa.
À igreja uma reza.
Do que interessa todo esse o choro?
A família sua tortura acolhe.
Alimenta-se da tua quimera, macaco gordo putrefato.
A balança atinge a tua mão já no início da tortura.
Vive enjaulado, gosto amargo da procura incerta.
Sabes bem que aquela mulher não te ama!?
Nem a tu e nem a mim, ò príncipe guerreiro.
Lutas infundadas te assombram no gosto amargo da solidão.
Justa medida da vida, bandida, morta e vilã.
Mas o que fazer se a porta está sempre fechada?
O que fazer se os olhos insistem em não enxergar aquilo que nunca foi?
Graças à ordem sobrenatural, herdas o vício macabro da disciplina.
Graças à fonte salobra da mentira, falas aquilo que não sabes.
Deus, ès o gosto de fel derramado sobre nós e vós que ainda sonhas.
Justo é aquele que não sonha e nem vive!
Porque a vida nada mais é do que o sopro amargo da esperança.
Sem título
Bate a porta da alma aflita o velho lobo sofista.
Verbo ácido da loucura que profana os ouvidos dos ouvintes.
Raspas de genocídio mental são engolidas por aqueles que latem.
A fome degenera a incompreensão operística da barbárie.
Não Penso, logo não existo!
Ave palavra!
Verbo doce-amargo.
Flecha de infinitas pontas.
Labirinto do sofisma.
Buraco negro da incompreensão.
O homem? O que és tu afinal que gritas dia e noite reivindicando a tua luta?
Talvez ninguém!
Porque só ninguém ousaria mergulhar no lago gelado e obscuro da razão.
Sem título
Gestos explosivos somam-se a ternura da mãe e sua filha.
Filha da mãe!
Roupas rasgadas no quintal de madrugada .
Serestas do povo na rua.
À lua se confessa admitindo culpa.
Ao anjo uma promessa.
À igreja uma reza.
Do que interessa todo esse o choro?
A família sua tortura acolhe.
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