sábado, setembro 02, 2006

No rumo da Prosa!

Sem título


Alimenta-se da tua quimera, macaco gordo putrefato.
A balança atinge a tua mão já no início da tortura.
Vive enjaulado, gosto amargo da procura incerta.
Sabes bem que aquela mulher não te ama!?
Nem a tu e nem a mim, ò príncipe guerreiro.
Lutas infundadas te assombram no gosto amargo da solidão.
Justa medida da vida, bandida, morta e vilã.
Mas o que fazer se a porta está sempre fechada?
O que fazer se os olhos insistem em não enxergar aquilo que nunca foi?
Graças à ordem sobrenatural, herdas o vício macabro da disciplina.
Graças à fonte salobra da mentira, falas aquilo que não sabes.
Deus, ès o gosto de fel derramado sobre nós e vós que ainda sonhas.
Justo é aquele que não sonha e nem vive!
Porque a vida nada mais é do que o sopro amargo da esperança.


Sem título

Bate a porta da alma aflita o velho lobo sofista.
Verbo ácido da loucura que profana os ouvidos dos ouvintes.
Raspas de genocídio mental são engolidas por aqueles que latem.
A fome degenera a incompreensão operística da barbárie.
Não Penso, logo não existo!
Ave palavra!
Verbo doce-amargo.
Flecha de infinitas pontas.
Labirinto do sofisma.
Buraco negro da incompreensão.
O homem? O que és tu afinal que gritas dia e noite reivindicando a tua luta?
Talvez ninguém!
Porque só ninguém ousaria mergulhar no lago gelado e obscuro da razão.


Sem título

Gestos explosivos somam-se a ternura da mãe e sua filha.
Filha da mãe!
Roupas rasgadas no quintal de madrugada .
Serestas do povo na rua.
À lua se confessa admitindo culpa.
Ao anjo uma promessa.
À igreja uma reza.
Do que interessa todo esse o choro?
A família sua tortura acolhe.

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