terça-feira, setembro 05, 2006

A face cor de rosa da Nouvelle Vague é Agnès Varda


Dispensando qualquer formalismo na apresentação, pretendo, apenas, registrar o papel daquela que, junto com Godard, Truffaut, Chabrol e outros cineastas, participou de um dos movimentos cinematográficos mais significativos nos anos 1960. Agnès Varda deu um toque feminino a Nouvelle Vague e, indiscutivelmente, contribuiu para cine-documentário internacional e para a fotografia. “Os Panteras Negras” (Black Panthers), um de seus filmes que tive o privilégio de assistir, ontem, representa uma radiografia sensível do movimento negro em sua organização político-cultural contra a opressão racial nos Eua. País cuja mentalidade reacionária e intolerante ocupa até os dias de hoje o imaginário messiânico da classe política. 1968, ano em que o filme foi lançado, representa um período de grandes revoluções políticas e culturais; inclusive na França, onde cresceu Varda. Não podemos esquecer da revolução estudantil de Nanterre em maio de 1968; e nem do AI-5 aqui no Brasil, em dezembro do mesmo ano; que silenciou as cabeças pensantes de nosso país a ferro e fogo. Concluindo, o filme é atualíssimo, chamando, inclusive, a responsabilidade da sociedade civil e do movimento negro nacional e internacional na luta pelos seus direitos em todas as esferas.

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